A indústria madeireira BrasPine, com sede em Jaguariaíva, nos Campos Gerais do Paraná, anunciou a redução temporária nas operações e a concessão de férias coletivas a 700 funcionários. A medida, segundo a empresa, é uma resposta à tarifa de 50% que será aplicada sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos a partir de agosto, conforme anunciado pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, em 9 de julho.

As férias serão organizadas em duas etapas:

• Primeira turma: entra em recesso no dia 28 de julho, por 30 dias.


• Segunda turma: inicia o período de férias assim que a primeira retornar.

A decisão afeta parte dos 1,2 mil trabalhadores da unidade de Jaguariaíva. Ao todo, a BrasPine possui cerca de 2,5 mil colaboradores, distribuídos também em Telêmaco Borba, além de funcionários florestais e dos escritórios em Curitiba e Porto Alegre.

A empresa atua em três frentes:

• Mouldings (molduras de madeira) – com foco quase total na exportação para os EUA;


• Pellets de madeira – exportados principalmente para a Europa, com presença no mercado interno;


• Segmento florestal, responsável pela produção da matéria-prima.

Diante do cenário internacional desfavorável, a BrasPine informou, por meio de nota, que as medidas têm o objetivo de “adequar a capacidade produtiva e garantir a sustentabilidade do negócio”.

Segundo a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), o Paraná é um dos maiores exportadores de produtos de madeira para os EUA, e o setor movimenta aproximadamente 400 mil empregos diretos e indiretos no estado.

Somente em 2024, o Paraná exportou mais de US$ 627 milhões em produtos florestais, como:

• Molduras de madeira (como as produzidas pela BrasPine),


• Painéis compensados,


• Madeira serrada,


• Celulose, entre outros.

A entidade demonstra preocupação com os efeitos da nova tarifa na competitividade do setor, que já sofre com os altos custos logísticos e cambiais.

A princípio, as férias coletivas foram anunciadas apenas para a unidade de Jaguariaíva, mas a empresa deve monitorar o mercado nos próximos meses para decidir sobre outras possíveis medidas.

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