Major da PM-PR é denunciado por corrupção passiva após investigações do Gaeco


Major da PM-PR é denunciado por corrupção passiva após investigações do Gaeco

O major Alexandro Marcolino Gomes, comandante da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) de Loanda, no noroeste do Paraná, foi denunciado por corrupção passiva. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio dos promotores Marcelo Gobbato e Guilherme Franchi, em 10 de setembro. No dia 15, a Justiça recebeu a denúncia, tornando o oficial réu no processo.

As apurações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com atuação dos núcleos de Maringá e Umuarama, e revelaram que o major exigia propina de fornecedores durante a realização de torneios de pesca da corporação, além de se beneficiar de contratos internos da Polícia Militar.

Operação Zero Um

Em maio deste ano, o major foi preso preventivamente durante a Operação Zero Um, após ser suspeito de “vender” procedimentos internos da corporação. De acordo com o MP, ele exigia pagamentos para determinar transferências de policiais, alterar inquéritos militares e intimidar subordinados. Atualmente, cumpre prisão domiciliar.

O nome da operação faz referência ao codinome “01”, usado pelo major em conversas interceptadas.

Esquema durante torneios de pesca

Segundo a denúncia, Alexandro usava como justificativa a realização de “benfeitorias” nas instalações da PM para cobrar propina. Em um dos casos, ele exigiu que a empresa responsável pela confecção de camisetas do 3º Torneio de Pesca da Companhia repassasse parte da arrecadação.


  • Entre junho e setembro de 2024, a empresa confeccionou cerca de 1.049 camisetas, e o major determinou que R$ 20 de cada unidade fossem destinados às supostas benfeitorias.

  • No entanto, os valores foram transferidos diretamente para sua conta bancária, somando R$ 21.788.

  • Em 2025, esquema semelhante se repetiu, resultando no recebimento de pelo menos R$ 5 mil.

Durante a operação, foram apreendidos camisetas, recibos e cheques em nome do Conselho de Segurança de Loanda (CONSEG), entidade que intermediava as contas dos eventos.

Propina em contratos de segurança

As investigações também apontaram que o major contratou uma empresa para instalar sistemas de vigilância e equipamentos de segurança na 3ª Companhia, no valor de R$ 26.710.

Embora parte do serviço tenha sido paga com recursos arrecadados em torneios de pesca, o oficial exigiu do fornecedor uma comissão de 10%, recebendo cerca de R$ 2.790.

Vendas de decisões em inquéritos

De acordo com o MP, o major se aproveitava de sua competência para conduzir inquéritos policiais militares e “vendia” decisões em procedimentos disciplinares.

Em um dos casos, ele teria recebido R$ 10 mil para efetivar a transferência de um policial.

“Como ele tinha a competência para solucionar o inquérito, ele vendia a decisão para esses procedimentos”, explicou o comandante Mildemberg durante coletiva de imprensa.


Investigações em andamento

O MP-PR afirma que o esquema funcionava de forma estruturada e sistêmica dentro da Polícia Militar, contando inclusive com um operador financeiro. O processo segue em andamento, ainda em sigilo em algumas frentes, para identificar todos os envolvidos.

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