O ex-prefeito de Nova Tebas, Clodoaldo Fernandes dos Santos, se tornou réu por improbidade administrativa após o Ministério Público do Paraná (MP-PR) apontar que ele cursou medicina em tempo integral entre 2021 e 2023, período em que também exercia seu segundo mandato como chefe do Executivo municipal.

Segundo o MP, a conduta representou afronta ao interesse público, já que a carga horária da graduação é incompatível com as funções de prefeito. Além disso, o órgão estima que a prática gerou prejuízo de R$ 469.203,47 aos cofres públicos, valor que considera salários e diárias recebidas indevidamente no período.

De acordo com os autos:

• R$ 409.136,21 correspondem à soma dos salários pagos a Clodoaldo entre julho de 2021 e dezembro de 2023.


• R$ 60.067,26 são referentes a diárias de viagens oficiais, muitas delas coincidentes com dias em que ele estava presente em aula.

A investigação aponta ainda que o então prefeito utilizava veículo oficial da prefeitura para se deslocar até Campo Mourão, onde fica localizada a faculdade de medicina onde estava matriculado. Em alguns casos, ele teria recebido diárias para agendas em cidades como São Paulo e Curitiba, mesmo estando presente em aulas no interior do estado.

Antes de ingressar com a ação, a Promotoria de Justiça chegou a emitir uma recomendação administrativa, mas o então prefeito não seguiu as orientações.

O Ministério Público solicitou à Justiça o ressarcimento integral do dano ao erário e a condenação de Clodoaldo por ato de improbidade administrativa. O caso está agora sob análise do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Clodoaldo foi prefeito de Nova Tebas por dois mandatos consecutivos: de 2017 a 2020 e de 2021 a 2024.

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