Um ano do voo 2283: dor se transforma em luta por memória, justiça e mudanças na aviação


Um ano do voo 2283: dor se transforma em luta por memória, justiça e mudanças na aviação

Desde agosto de 2024, a tragédia do voo 2283 da Voepass, que tirou a vida de 62 pessoas, deu origem a um movimento de união e resistência. Familiares das vítimas criaram a Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 2283 para apoiar uns aos outros, cobrar respostas das autoridades e garantir que a memória dos que se foram não seja esquecida.

O grupo tem marcado presença em reuniões, audiências públicas, entrevistas e no acompanhamento de cada etapa das investigações. “A associação é força, amparo e voz. A gente se une pra tentar não deixar tudo isso ser esquecido”, afirma Adriana Ibba, mãe da pequena Liz, de apenas 3 anos, uma das vítimas.

Bianca Faller, que perdeu o tio André Michel, destaca que a união foi essencial para enfrentar a espera por respostas. “Logo nos primeiros meses, já estávamos juntos em reuniões com o Cenipa, a Polícia Federal, a ANAC e também conversando com parlamentares e representantes de órgãos públicos”, lembra.

A comoção nacional mobilizou o Congresso, que criou uma comissão especial para acompanhar o caso e propor a criação de protocolos nacionais para atendimento a vítimas e familiares em acidentes aéreos. O objetivo é garantir apoio psicológico, jurídico, logístico e institucional desde as primeiras horas após a ocorrência — algo que, hoje, não existe como política pública no Brasil.

Enquanto o trabalho legislativo avança, novas informações vêm à tona. Um ex-funcionário da Voepass revelou ao g1 que, horas antes do desastre, um piloto relatou problemas no sistema de degelo do ATR 72-500 utilizado no voo. O alerta, feito durante operação na madrugada anterior, não foi registrado no diário técnico de bordo (TLB) e acabou ignorado pela equipe responsável, permitindo que a aeronave fosse liberada para a viagem.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo decolou de Cascavel (PR) às 11h58 de 9 de agosto de 2024 com destino a Guarulhos (SP). A operação seguia normalmente até as 13h20, mas, um minuto depois, a aeronave deixou de responder às comunicações da torre de São Paulo. Às 13h22, houve perda do contato radar. O avião caiu na área externa de uma residência em Vinhedo (SP), no bairro Capela. A família que morava no local escapou ilesa.

O caso é o acidente aéreo com maior número de vítimas no Brasil desde a tragédia da TAM em 2007, que deixou 199 mortos.


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